As baixas coberturas vacinais acenderam uma luz vermelha no país. Doenças, até então erradicadas no país, estão reaparecendo. Em 2016, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o Brasil livre do sarampo. No entanto, em março de 2019, o Brasil perdeu a certificação de país livre da doença diante de 10.326 casos confirmados da doença no país em 2018, com 12 óbitos.
Dados da OMS apontam que quase triplicaram os casos de sarampo no mundo nos primeiros seis meses de 2019 em relação ao mesmo período de 2018. Os Estados Unidos têm notificado sua maior contagem de casos de sarampo em 25 anos, com 1.203 casos distribuídos em 30 estados no período de 1 de janeiro a 15 de agosto de 2019. Na Região Européia, foram registrados cerca de 90 mil casos nos primeiros seis meses de 2019, superando a quantidade identificada em todo o ano de 2018 – tornando-se já a maior desta década.
No Brasil, foram confirmados 1.226 casos de sarampo entre 12 de maio a 3 de agosto de 2019. Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Paraná registram casos ativos da doença e o estado de São Paulo concentra 99% dos casos. A faixa etária com mais casos confirmados é a de 20 a 39 anos, concentrando a metade dos casos da doença. A maior incidência do sarampo por faixa etária é nos menores de um ano com 5,9/100.000 de habitantes.
O motivo de tamanho retrocesso se deve principalmente às baixas coberturas vacinais. Com a população devidamente vacinada, estaríamos protegidos da doença e evitaríamos sua circulação no país. O sarampo é uma doença infecciosa altamente contagiosa (9 em cada 10 pessoas que tiverem contato com um doente adoeceram) e que pode acometer pessoas de todas as idades.
A vacinação é a única maneira de prevenir a doença.
Manter altas e homogêneas coberturas vacinais na população é a única forma de evitar a transmissão do sarampo. Portanto, é importante que todos verifiquem sua situação vacinal e estejam vacinados.
Quem deve se vacinar?
A vacina Tríplice Viral (protege contra sarampo, caxumba e rubéola) é recomendada para crianças, adolescentes e adultos.
• Todas as pessoas com mais de 1 ano de idade devem receber duas doses da vacina na vida.
• Crianças de 6 meses a menores de 1 ano devem ser vacinadas em todo o país. As crianças desta faixa etária devem receber a dose extra da vacina, chamada de “dose zero”, além das previstas no Calendário Nacional de Vacinação, aos 12 e 15 meses. A medida do Ministério da Saúde passou a vigorar a partir de 22/08/19 e visa intensificar a vacinação nessa faixa etária que é mais suscetível a casos graves e óbitos num cenário de surto da doença.
• Crianças mais velhas, adolescentes e adultos não vacinados ou sem comprovação de doses aplicadas: duas doses com intervalo de um a dois meses.
• Pessoas com história pregressa de sarampo são consideradas imunizadas contra a doença, mas é preciso certeza do diagnóstico. Na dúvida, recomenda-se a vacinação.
• Pessoas com mais de 49 anos provavelmente tiveram sarampo, por isso não são prioridade do Ministério da Saúde para a vacinação. No entanto, ainda que raramente, podem adoecer. Diante da exposição ao vírus, dúvida sobre passado de doença ou sobre o histórico vacinal, a vacinação é indicada, inclusive para maiores de 50 anos.
• No Programa Nacional de Imunizações (PNI) a vacina é disponibilizada gratuitamente nos postos para pessoas de 6 meses a 49 anos, conforme informações do Ministério da Saúde em 22/08/2019.
Quais as contraindicações da vacina?
• Gestantes, pessoas imunossuprimidas por doença ou uso de medicação, bebês menores de 6 meses, história de anafilaxia após aplicação de dose anterior da vacina.
• Não há contraindicação para pacientes alérgicos a ovo.
• Mulheres que estão amamentando podem se vacinar.
• É recomendando que mulheres que desejam engravidar após receberem a vacina aguardem 30 dias.
Como o sarampo é transmitido?
A transmissão do vírus ocorre de pessoa para pessoa através da tosse, espirro, durante a fala ou a respiração. A transmissão pode ocorrer entre 4 dias antes e 4 dias após o aparecimento das manchas vermelhas pelo corpo.
O sarampo é tão contagioso que uma pessoa infectada pode transmitir para 90% das pessoas próximas que não estejam imunes.
Quais os sintomas da doença?
Os sintomas incluem febre alta, tosse persistente, irritação nos olhos, secreção no nariz, dores no corpo e manchas avermelhadas na pele.
O sarampo é uma doença grave que pode deixar sequelas por toda a vida ou causar o óbito. Cerca de 1 em cada 20 crianças com sarampo pode desenvolver pneumonia, causa mais comum de morte por sarampo em crianças pequenas. A otite média aguda (infecções de ouvido) ocorre em cerca de 1 em 10 crianças com sarampo e pode resultar em perda auditiva permanente
Como é o tratamento do sarampo?
Não existe tratamento específico para o sarampo. Os medicamentos são utilizados para reduzir o desconforto ocasionado pelos sintomas da doença.
Não faça uso de nenhum medicamento sem orientação médica e procure o serviço de saúde mais próximo, caso apresente os sintomas descritos acima.
Onde a vacina é oferecida?
A vacina Tríplice Viral é oferecida na rede pública e nas clínicas privadas de vacinação.
Tem dúvidas? Fale conosco ou com seu médico.